O presidente Lula acredita que o acordo com os Estados Unidos sobre o tarifaço será fechado nos próximos dias. No final da noite de domingo, quando já era manhã de segunda-feira na Malásia, Lula concedeu uma entrevista coletiva para falar do encontro pessoal com o presidente Donald Trump.
Apesar de a primeira reunião entre as equipes de negociadores dos dois países terminar sem acordo, o presidente brasileiro demonstrou otimismo:
'Eu só quero dizer para a imprensa brasileira que está aqui: eu estou convencido de que em poucos dias nós teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil. Então, eu acho que está estabelecida a relação entre Brasil e Estados Unidos. Quem imaginava que não ia ter, perdeu'.
Perguntado sobre os elogios de Donald Trump a Jair Bolsonaro diante dele na reunião aberta à imprensa, Lula disse que o ex-presidente faz parte do passado. O presidente contou que reafirmou na conversa com o líder americano que o ex-presidente teve um julgamento justo no Supremo Tribunal Federal, sobre a tentativa de golpe:
'Eu disse para eles que o julgamento foi um julgamento muito sério, com provas muito contundentes. Disse para ele a gravidade do que eles tentaram fazer no Brasil. Disse a eles que eles têm um plano para matar a mim, para matar o meu vice-presidente, para matar o Alexandre de Moraes.
E eles foram julgados com direito de defesa que eu não tive quando eu fui processado. E que, portanto, isso não está em questão, isso não está em discussão'.
Lula acertou com Donald Trump que temas políticos só serão discutidos entre os dois presidentes. Segundo o presidente, os negociadores dos dois países vão se ater aos aspectos técnicos e econômicos que envolvem as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros:
'As questões políticas serão colocadas na presença dos dois presidentes da República. Não na mesa de negociação sobre negócios. Quem vai discutir política nesse negócio do Brasil é o presidente Trump e o presidente Lula.
Eles vão negociar as taxações comerciais que forem impostas a nós. Inclusive a questão da legislação, da punição aos nossos ministros, é uma decisão política que vai ser resolvida entre o Trump e eu'.
Na reunião com Donald Trump, o presidente Lula classificou de inadmissível o uso da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras por causa do julgamento de Jair Bolsonaro:
'Eu penso que terá que ter uma suspensão de algumas medidas, da taxação, para a gente começar do zero, e da punição aos nossos ministros, porque não tem nenhum procedimento, não tem lógica. Isso foi dito na frente do Marco Rubio, foi dito na frente do homem do Tesouro dele. Foi dito para eles com vergonha e eu fiz questão de entregar um documento.
Fiz questão de entregar um documento. O que é que eu quero? Está lá a discussão do Brasil, a discussão da lei Magnitsky, a discussão da taxação, a discussão da Venezuela, a discussão da greve do Alcântara, está tudo lá escrito. Portanto, ele leu na minha frente. E ele ficou até surpreso quando eu disse que dentro das punições do nosso ministro, além de punir o ministro da Saúde, puniu uma filha dele de oito anos. Quem estava lá viu que ele ficou surpreso'.
O presidente Lula confirmou que se ofereceu para atuar como mediador no conflito entre os Estados Unidos e o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Um navio de guerra dos Estados Unidos chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, um arquipélago na costa da Venezuela.
Fonte CBN