Músicos da orquestra de violões protestam e prefeito diz que custo “é caro

Músicos da orquestra de violões protestam e prefeito diz que custo “é caro

leandro santos
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A paralisação da Orquestra de Violões de Teresina, que se tornou patrimônio cultural imaterial da capital nesta semana, gerou novo embate entre o grupo e a Prefeitura. Após o protesto dos músicos em frente ao Palácio da Música, o prefeito Silvio Mendes afirmou que não concorda com o valor cobrado pela associação responsável pelo projeto e defendeu que as aulas de música continuem sendo ofertadas diretamente pela rede municipal.

“Então, veja, a orquestra de violões foi criada por mim, a orquestra de sinfônica foi criada por mim. Quem deu, quem fez o Palácio da Música foi eu. Talvez, com todo o respeito aos outros, mas pouca gente, poucos gestores, fizeram pela cultura que nós fizemos. O responsável pela orquestra esteve comigo. Eu discordei do preço, um preço caro, e nós vamos continuar, como fizemos antes, cerca de 1.500 crianças nas escolas, estudando violão. Isso é papel da prefeitura, não precisa ser contratado ninguém, empresa nenhuma”, declarou.

O prefeito afirmou que o projeto será mantido, mas sem a intermediação da associação. A fala foi dada após os músicos realizarem um ato cobrando a retomada dos pagamentos e o cumprimento da decisão do Tribunal de Contas do Estado, que reconheceu a regularidade das contas da entidade e considerou ilegal a suspensão dos repasses pela Secretaria Municipal de Educação.

Criada em 2007 pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, a Orquestra de Violões de Teresina nasceu a partir do projeto “Violão nas Escolas” e já formou milhares de alunos. O grupo realiza concertos, oficinas e atividades em escolas, com foco na formação musical de crianças e jovens.

Apesar do reconhecimento como patrimônio imaterial e da decisão favorável do TCE, os músicos afirmam que seguem sem receber e que a Prefeitura não apresentou resposta às tentativas de diálogo. Segundo a associação, o contrato foi suspenso ainda em 2024 sob a alegação de irregularidades na prestação de contas, o que foi posteriormente descartado pelo tribunal.

O impasse, que começou há mais de um ano, deixou dezenas de professores sem salário e levou parte deles à Justiça trabalhista. Mesmo assim, os integrantes reforçam que o projeto continua sendo um dos mais importantes da política cultural da cidade.

Nesta sexta-feira (10), integrantes da orquestra, liderados pelo músico e compositor Damião Bezerra, realizaram nova manifestação no Palácio da Música, no Centro de Teresina, pedindo a reabertura do diálogo e a retomada imediata das atividades.

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