Foto: Ascom MPF-PI

O Ministério Público Federal (MPF) reforçou a necessidade de celeridade dos gestores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria de Estado da Defesa Civil (Sedec) para o lançamento da nova licitação da Adutora do Sertão do Piauí, prevista para novembro de 2025. A reunião, realizada em Teresina na terça-feira (21), foi conduzida pelo procurador Kelston Pinheiro Lages.
O encontro tratou da formalização do termo aditivo que ajusta o valor da licitação e da correção de inconsistências apontadas pela equipe técnica da Funasa. O diretor de Recursos Hídricos da Sedec, Francisco das Chagas Carvalho, afirmou que aguarda apenas a autorização orçamentária da Seplan e Sefaz para inserir o projeto na plataforma federal Transferegov.
O MPF alertou ainda para a necessidade de evitar sobreposição de obras, como a transposição do Rio São Francisco, considerando que o Sistema Adutor do Sudeste está mais avançado e beneficiaria mais municípios.
A Adutora do Sertão visa garantir acesso à água a 51 municípios do sertão piauiense, onde a população depende atualmente da Operação Carro Pipa, uma solução temporária que não resolve o problema da estiagem. O procurador Kelston Lages destaca que é um grande paradoxo e descaso administrativo o Piauí ser um dos maiores detentores de água subterrânea do “planeta” e, ainda assim, pessoas e animais padecerem de sede no estado.
“O fenômeno da sede é recorrente no estado há décadas. O que já se gastou com a operação carro pipa, durante o programa de solução paliativa, já daria para fazer duas adutoras e resolveria definitivamente o problema. É inaceitável o descaso dos gestores públicos face à, tão grave, questão humanitária”, destaca.
Participaram também da reunião Heitor Araripe de Sousa Neto (Funasa) e Eduardo Apolônio Cavalcante (Sedec).