Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com

O Piauí registrou, em 2022, o maior percentual do país de moradores de favelas e comunidades urbanas vivendo em vias com calçadas, alcançando 83,9%. Os dados são da Pesquisa Urbanística do Entorno de Domicílios de Favelas e Comunidades Urbanas, realizada a partir do Censo Demográfico 2022, divulgada nesta sexta-feira (5).
Apesar do destaque positivo, o estudo revela que 82,5% desses moradores convivem com calçadas cheias de obstáculos, também o maior índice nacional.
De acordo com o levantamento do IBGE, a presença de calçadas no entorno das moradias nas comunidades piauienses fica 9,38 pontos percentuais abaixo da registrada entre moradores que vivem fora dessas áreas, onde o indicador chega a 93,28%. A existência de passeios adequados contribui para a segurança dos pedestres, a acessibilidade e a qualidade de vida.
Teresina tem maior indicador de calçadas com obstáculos para pedestres entre as capitais brasileiras
Cenário Nacional
A média brasileira de moradores de favelas e comunidades urbanas com calçadas disponíveis nas vias é de 53,53%, enquanto entre os que vivem fora dessas localidades o percentual é de 89,13%.
Após o Piauí, Sergipe (83,24%), Maranhão (76,15%) e Rio Grande do Norte (73,86%) apresentam os melhores resultados. Já os menores índices foram encontrados em Roraima (16,81%) e Mato Grosso do Sul (17,35%).
Por outro lado, o estado também lidera o ranking nacional de calçadas com obstáculos nas comunidades urbanas, como postes, árvores, buracos e desníveis. No Piauí, 82,5% dos moradores dessas áreas enfrentam dificuldades para circular, percentual que ainda é menor do que o observado entre moradores fora das comunidades, onde o índice é de 86,1%.
Os obstáculos nas calçadas representam risco de acidentes, sobretudo para pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e crianças, comprometendo a acessibilidade e o uso seguro do espaço público.
No Brasil, 49,77% dos moradores de favelas residem em vias com calçadas obstruídas, contra 66,81% dos que vivem fora dessas áreas. Além do Piauí, os maiores índices foram registrados em Sergipe (79,9%) e Maranhão (73,77%). Roraima (8,88%), Mato Grosso do Sul (15,92%) e Amapá (17,32%) tiveram os menores percentuais.