Relatório da Polícia Federal aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro era
o principal destinatário das informações obtidas por meio de um esquema de
espionagem ilegal praticado pela Agência Brasileira deInteligência (Abin). O objetivo do ex-mandatário seria se manter no poder e
atacar adversários.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de
Moraes, derrubou,
nesta quarta-feira (18), o sigilo do inquérito que apura o escândalo chamado de
Abin Paralela.
Abin
Paralela: PF aponta Carlos Bolsonaro como idealizador de esquema clandestino
O documento demonstra a divisão da organização criminosa em
diversos núcleos. Bolsonaro estaria dentro do núcleo político, aquele que
determinava os alvos das ações clandestinas que eram opositores, instituições,
o próprio sistema eleitoral, além também de jornalistas; e que se beneficiava
politicamente das operações.
O ex-presidente é citado mais de 300 vezes ao longo do
relatório, que tem mais de 1,1 mil páginas. É atribuído a ele o crime de
organização criminosa, mas, como Bolsonaro já foi denunciado pelo mesmo delito
no inquérito da trama golpista, o político não foi indiciado novamente no
inquérito da Abin Paralela.
Em outro trecho, o documento cita que todas as 60.734
consultas realizadas pelo programa israelense First Mile - sistema comprado sem
licitação e que custou mais de R$ 5,5 milhões - foram durante a vigência do
contrato da Abin e, portanto, de forma ilegal em qualquer contexto.
Fonte CBN