A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu, nesta
segunda-feira, ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, a anulação do acordo de
delação do tenente-coronel Mauro Cid. Os advogados de Bolsonaro se basearam,
especialmente, nas mensagens supostamente enviadas por Cid de uma conta no
Instagram que seria atribuída a mulher dele. O caso foi revelado na
sexta-feira, pela revista Veja. Para a defesa, o conteúdo mostra que "não
há mais espaço para falar em desabafo". Os advogados dizem que Cid
"tem mentido para acobertar as versões" e que os fatos são graves,
porque "as conversas demonstram o descumprimento dos termos do acordo de
delação".
Na petição, eles sugerem que, caso Moraes não concorde em
anular a delação, que a Meta, responsável pelo Instagram, forneça mais detalhes
sobre a conta supostamente atribuída à mulher de Cid. A defesa do ex-presidente
ainda pede a reabertura do prazo para requerer novas diligências só depois da
Meta prestar as informações e depois da manifestação da PGR e do delator.
Já a defesa do general Braga Netto pediu ao STF a acareação
entre o delator, Mauro Cid, e o ex-ministro de Bolsonaro, além do
compartilhamento das provas dos outros núcleos da trama golpista e, aindam a
concessão de, no mínimo, 30 dias para análise do material fornecido pela
Polícia Federal. Por isso, os advogados pedem a reabertura do prazo de
diligências e, ainda, que o STF peça mais informações sobre o perfil do
Instagram supostamente usado por Cid.
Já a defesa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu
acareação entre o ex-comandante do Exército, o general Freire Gomes, e Torres.
Isso porque, Freire Gomes disse que era o ex-ministro quem dava "apoio
jurídico" a Bolsonaro sobre os atos golpistas. A defesa dele ainda sugeriu
ao ministro pedir ao Google que informe os dados do responsável pela inserção
da minuta golpista em domínio público e, ainda, a perícia do conteúdo do que
foi encontrado na casa dele para demonstrar que o documento "não tem
qualquer semelhança" com os outros materiais.
Já a defesa do almirante e ex-comandante da Marinha, Almir
Garnier, solicitou que Moraes inclua um documento do Comando da Marinha que
mostra a ordem de deslocar as tropas para o desfile dos tanques para o desfile
agosto de 2021, em Formosa, antes da votação do projeto na Câmara que
descredibilizava as urnas. O advogado do ex-ministro, Paulo Sérgio Nogueira,
pediu para Moraes anexar documentos assinados por ele que mostram não ser
possível comprovar fraude no sistema de votação.
Fonte CBN